O Sporting Clube de Portugal (SCP) sagrou-se Campeão Nacional de equipas ao vencer o Campeonato Nacional de Equipas Seniores “Jogos Santa Casa”, que decorreu ontem no Pavilhão Multiusos de Odivelas.
A equipa masculina do SCP, da qual fazem parte, entre outros, os judocas olímpicos Jorge Fonseca e Sergiu Oleinic, passou as meias finais com uma vitória de 4-1 sobre a equipa da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), vencendo depois na final, também por 4-1, a equipa das Oficinas de São José, ficando esta com a prata. Quanto à medalha de bronze, esta foi partilhada pelas equipas da Escola de Judo Nuno Delgado e pela ULHT.
Esta foi a quinta vitória dos leões nesta competição, em seis anos de prova. Os judocas “verde e brancos” recuperaram um título que, no ano passado, ficou nas mãos da Lusófona. "A nossa vitória foi justa e merecida, pois ganhamos todos os nossos combates num campeonato bem disputado e equilibrado. Foi muito importante ter havido a possibilidade de rodar bastante a equipa, utilizando vários judocas. O nosso projeto em Alvalade está sólido. Estamos a trabalhar bem e desde que o Sporting entrou neste campeonato, a partir de 2010, só perdemos uma vez, que foi o ano passado", destacou o treinador do SCP, Pedro Soares.
O campeonato contou ainda com mais quatro equipas: o Boavista Futebol Clube, o Sport Algés Dafundo, o Judo Clube de Lisboa e a Associação Académica de Coimbra, fazendo um total de oito equipas masculinas. No feminino, apenas a “equipa dos estudantes” esteve representada, não sendo atribuído qualquer título após a desistência da equipa leonina.
Texto: Joana França/Kombat Press
Foto: DR
No próximo domingo, dia 2 de outubro, o Pavilhão Multiusos de Odivelas recebe o Campeonato Nacional de Judo de Equipas Seniores “Jogos Santa Casa”.
Promovido pela Federação Portuguesa de Judo, esta competição é considera “uma das mais empolgantes provas do calendário nacional” no escalão sénior, uma vez que a competição, como o próprio nome indica, é realizada por clubes.
As pesagens começam pelas 08h00, seguindo-se depois o sorteio às 09h30, arrancando a competição às 10h30. Nos tapetes vão estar, no feminino, atletas das categorias -52kg, -57kg, -63kg, -70 e +70kg; no masculino, os judocas em competição dividem-se pelos pesos -60kg, -66kg, -73kg, -81kg e +81kg.
Texto: Joana França/Kombat Press
O judoca português Anri Egutidze alcançou a medalha de prata no Campeonato Europeu de Juniores que decorreu entre os dias 16 e 18 deste mês em Málaga.
O judoca do Sporting Clube de Portugal cedeu apenas na final frente ao sérvio Nemanja Majdov, Campeão Europeu em 2014. Anri não conseguiu pontuar no combate decisivo, acabando por perder por yuko. Entre os 34 atletas em competição, na categoria de -81 kg, Anri foi o segundo melhor judoca europeu.
No percurso até à final, onde obteve a sua primeira medalha em europeus, Egutidze somou quatro vitórias em cinco encontros. O judoca lusitano entrou a ganhar frente a Davis Duda da Letónia; seguiu-se outra vitória, mas mais complicada, sobre o francês Nicolas Chilard. Num combate que foi uma reedição da Taça da Europa de Juniores, em Coimbra, este ano, o português voltou a defrontar o holandês Jim Heijman mas deste vez com um desfecho diferente: vitória por ippon para Anri. Na semifinal Egutidze precisou apenas de um minuto para bater, por ippon, o alemão Tim Gramkow, que acabou por ficar em terceiro na competição, assim, como o russo Turpal Tepkaev.
Nos três dias de competição foram mais nove os judocas portugueses que pisaram os tapetes do Sport Palace Jose María Carpena em Málaga, Espanha: João Martinho (que acabou a competição em 5º lugar) Mariana Esteves, Catarina Costa, Pedro Silva (todos em 7º lugar), Jaime Santos, Patrícia Sampaio, David Reis e Miguel Alves (9º lugar) e Maria Siderot que perdeu logo no primeiro combate frente à húngara Campeã da Europa 2015.
Juntando as prestações individuais dos judocas portugueses, Portugal ocupou o 15º lugar da classificação geral, entre 41 países. Em destaque, com mais medalhas, esteve a equipa francesa, seguida da russa e da alemã.
Na competição coletiva, que se realizou domingo, a equipa portuguesa masculina defrontou e venceu a Bielorrússia, cedendo depois frente à equipa holandesa. Na repescagem, Portugal voltou a perder, agora perante a equipa da Ucrânia, acabando esta competição no 7º posto da tabela, lugar dividido com a Áustria.
Os 10 atletas portugueses, orientados por João Pina e Marco Morais, fizeram parte de um total de 405 judocas dos vários países da europa, nesta que é uma das competições mais conceituadas a nível europeu no escalão de juniores.
Texto: Joana França/Kombat Press
Fotos: Europena Judo Union
Arranca hoje o Campeonato Europeu Judo, no escalão de juniores, que se estende até dia 18, domingo. A cidade andaluza de Málaga, que recebe desde 2013 o European Judo Cup Seniors e o OTC Going for Gold, é a anfitriã do campeonato.
Nesta que é uma das provas mais importantes deste escalão onde marcam presença mais de 400 atletas de 44 países, são 10 os judocas portugueses que vão pisar os tatamis do Sport Palace Málaga José María Carpena: David Reis (-66kg), Miguel Alves (-73kg), Anri Egutidze (-81kg), João Martinho (-81kg), Jaime Santos (-90kg), Pedro Silva (-100kg), Catarina Costa (-48kg), Maria Siderot (-48kg), Mariana Esteves (-52kg) e Patrícia Sampaio (-78kg).
A delegação portuguesa em Espanha conta com a orientação dos treinadores João Pina e Marco Morais, com o apoio do fisioterapeuta Sérgio Morais e com o árbitro internacional Eduardo Garcia que recentemente desempenhou funções nos Jogos Paralímpicos.
No sorteio de ontem, o mesmo dia em que os atletas portugueses partiram para Málaga, os judocas lusos ficaram a conhecer os seus adversários. Em ação, no primeiro dia de competição, estão cinco judocas: Catarina Costa frente à turca Tuge Beder, Mariana Siderot defronta Reka Pupp da Hungria, Mariana Esteves pode combater com Anamaria Lonita da Roménia ou com a italiana Giulia Pierucci, David Reis divide o tatami com o francês Daniel Jean e Miguel Alves mede forças com o bielorrusso Hrynory Klebcha.
Sábado será a vez de Patrícia Sampaio que tem como adversária a croata Brisita Matic, Anri Egutidze que enfrenta David Duda da Letónia, João Martinho bate-se com o islandês Logi Haraldsson, Jaime Santos encontra-se com Aslan Minzayev do Azerbaijão e Pedro Silva terá como oponente Rhys Thompson da Grã Bretenha.
O último dia do campeonato, domingo, irá chamar à competição os judocas portugueses em equipa. O Campeonato Europeu de Juniores junta, por isso, os melhores judocas da Europa para uma competição individual e coletiva.
Texto: Joana França/Kombat Press
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Na sua estreia paralímpica, o atleta luso pisou (ontem) o tapete da Arena Carioca 3, defrontando um atleta brasileiro: Halyson Oliveira Boto venceu Miguel Vieira (de branco, na foto de cima) por ippon. "Depois de um ataque que não foi bem conseguido, ele conseguiu responder e estava a estrangular-me o ombro. Fui obrigado a desistir", contou Miguel Vieira. O treinador Jerónimo Ferreira reconhece que o atleta português entrou bem no combate, cansando o seu adversário. No entanto, reforça que "o outro estava-lhe a fazer um estrangulamento e estava a fazer grande pressão no ombro, que ainda está um pouco magoado".
Apesar da derrota, Miguel Vieira voltou a escrever o seu nome na história do judo nacional. Depois de ser o primeiro judoca cego em competições internacionais, Miguel é agora também o responsável por colocar o judo português na esfera paralímpica.
Em 2013, o judoca do Clube de Judo Total conquistou a medalha de ouro no Open Internacional Saltinis Games, na Lituânia. No ano passado, esteve presente no Campeonato Europeu de Judo para Cegos e Baixa Visão que decorreu em Odivelas, onde se classificou em 7º lugar.
A paixão pelo judo surgiu ainda em Luanda, quando criança. As condições de treino em nada eram parecidas com as que hoje tem em Lisboa. Em 2005, uma doença ocular afastou Miguel dos tatamis, tendo deixado Angola rumo a Portugal para realizar tratamentos médicos. Apesar dos esforços, Miguel Vieira acabou por cegar aos 20 anos.
A sua vida deu uma “cambalhota” enorme e as mudanças foram muitas. Em 2012, depois de vários anos (de 2005 a 2012) afastado do desporto, Miguel retomou algo que conhecia: o judo. Foi no Clube de Judo Total, na Ameixoeira em Lisboa, que redescobriu a modalidade, reinventando-se no tatami. Nesta nova fase da sua vida, para além do treinador Jerónimo Ferreira e do colega de treino Nuno Ferreira, Miguel tem outro parceiro fundamental: a cadela Vespa que sempre o acompanha, sendo já uma presença habitual em redor dos tatamis por onde Miguel passa.
No Rio de Janeiro, Miguel Vieira, 20º judoca do ranking mundial, perdeu com o 26º atleta do mesmo ranking, mas a força e determinação que o movem não foram abaladas. "Foi muito bom, há sempre uma emoção única na estreia. Este combate vai ficar para sempre na minha mente. O judoca acrescentou ainda: “Terminou este combate, perdi! Agora tenho de continuar a lutar".
Cinturão negro, graduação por mérito atribuída recentemente pela Federação Portuguesa de Judo, Miguel Vieira ambiciona agora lutar por um lugar na próxima edição dos Jogos Paralímpicos, em Tóquio 2020.
Texto: Joana França/Kombat Press
Fotos: Carlos Matos/Imapress/CPP (capa) e Paulo Pimenta
Começa hoje a maior competição paralímpica que reúne mais de 4000 atletas de 171 países. São 20 os espaços que vão receber as 23 modalidades paralímpicas: atletismo, basquetebol em cadeira de rodas, boccia, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, hipismo, judo, natação, remo, rugby em cadeira de rodas, ténis de mesa, ténis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro desportivo, triatlo, vela e voleibol sentado – umas adaptadas, outras criadas para os atletas paralímpicos.
Igualde, inclusão e excelência desportiva são as linhas que orientam os atletas com aspirações paralímpicas, atletas com deficiências físicas ou cognitivas.
Os Jogos Paralímpicos tiveram a sua primeira edição em 1960, em Roma. De 2004 data o lema destes jogos: “espírito em movimento”, promovido pelo Comité Paralímpico Internacional (IPC).
Este ano, nos Jogos no Rio de Janeiro, entre as sete modalidades que contam com atletas portugueses, 37 no total (na foto, na Aldeia Olímpica), destacamos o judo: pela primeira vez em nove presenças paralímpicas portuguesas, a modalidade está representada na maior competição de desporto adaptado. O judo é modalidade paralímpica desde Seul 1988, sendo que as atletas femininas apenas começaram a integrar a competição a partir de Atenas 2004. O judo paralímpico, praticado por atletas cegos ou com baixa capacidade de visão, é a única arte marcial que faz parte do painel das modalidades paralímpicas. Os atletas dividem-se por classes (B1, B2 e B3) consoante o grau de incapacidade visual que apresentam.
Na edição carioca dos Jogos Paralímpicos, os judocas lutam por um lugar no pódio divididos em 13 categorias competitivas (sete masculinas e seis femininas). Miguel Vieira é um dos judocas que vai pisar os tapetes da Arena Carioca 3. O atleta luso escreve assim o seu nome na história do judo nacional, uma vez que é o primeiro judoca português a participar nuns Jogos Paralímpicos. A competição de judo começa já amanhã, dia 8, e dura até dia 10. As cores nacionais sobem ao tapete logo no primeiro dia da competição onde vão estar os judocas masculinos até 66 kg, categoria de Miguel Vieira.
O judo português está também representado em terras cariocas pelo árbitro Eduardo Garcia. Árbitro Internacional de Desporto para Cegos da European Blind Sports Federation (IBSA), Garcia marca presença, pela terceira vez consecutiva, nos Jogos Paralímpicos, tendo feito parte das equipas de arbitragem também em Pequim (2008) e Londres (2012).
A cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos decorre hoje no Maracanã, a partir das 22h15, hora portuguesa.
Texto: Joana França/Kombat Press
Foto: Carlos Matos/IMAPRESS/CPP
A comitiva portuguesa partiu ontem de Lisboa rumo ao sonho olímpico. São 37 os atletas portugueses que vão representar as cores nacionais, a terceira maior delegação portuguesa depois dos 52 atletas em Sydney 2000 e dos 41 atletas em Atenas 2004.
A nona presença de Portugal em Jogos Paralímpicos conta com representações em sete modalidades: atletismo (17 atletas), boccia (10), ciclismo (2), natação (5), equitação (1), tiro (1) e judo (1).
É precisamente para esta última modalidade – o judo – que vai o destaque de quinta feira. No momento que antecedeu a partida dos atletas para o Rio de Janeiro, no Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa, o judoca Miguel Vieira foi graduado com o cinto negro; graduação por mérito atribuída pela Federação Portuguesa de Judo, pela mão do presidente Manuel Costa Oliveira. “Como judoca que sou não faz sentido não seguir o exemplo da Telma Monteiro [medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio 2016]. Vou fazer o meu melhor e os resultados logo virão dentro do tapete”, garantiu Miguel Vieira, o primeiro judoca português a participar nos Jogos Paralímpicos.
“Quaisquer que sejam os resultados já partem como vencedores”, foram as palavras de incentivo de Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República. Também na cerimónia que recebeu a comitiva paralímpica portuguesa, quarta feira, no picadeiro do antigo Museu dos Coches em Lisboa (na foto), Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, frisou que “convosco [atletas paralímpicos] estarão milhões e milhões de portugueses. Todos os votos de felicidade é o que vos formulo, com muita, muita amizade, em nome de Portugal”.
Em representação de Portugal no Brasil estará também o primeiro-ministro António Costa, na cerimónia de abertura. “O exemplo dos atletas paralímpicos é um exemplo que nos deve inspirar a todos, mas mais que inspirar deve motivar a termos uma sociedade inclusiva na escola, no espaço público e no mercado de trabalho”, destacou o primeiro-ministro.
Movidos pelo espírito de igualdade, inclusão e excelência desportiva, Humberto Santos, presidente do Comité Paralímpico Português acredita que “os atletas não deixarão por mãos alheias os créditos que lhes são reconhecidos, não obstante as assimetrias de preparação que são conhecidas”.
Os Jogos Paralímpicos cariocas decorrem entre os dias 7 e 18 de setembro. O Rio de Janeiro recebe mais de 4 000 atletas de 171 países para a competição paralímpica.
Texto: Joana França/Kombat Press
Foto: A. Lopes/Lusa
Ao fim de 19 dias de competição, terminou o maior evento desportivo do mundo que envolveu mais de 11 mil atletas: os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Foram 208 os países que marcaram presença na 31ª edição das Olimpíadas da Era Moderna, sendo disputadas mais de 300 provas de 42 modalidades em 37 palcos desportivos.
Portugal, pela 24ª vez, marcou presença nesta manifestação desportiva multicultural com 95 atletas de 19 modalidades. Apesar das várias aspirações às medalhas olímpicas, apenas um sonho foi concretizado no Rio de Janeiro: o da judoca Telma Monteiro que conquistou a medalha de bronze na categoria até 57 kg.
Segundo o presidente do Comité Olímpico Português (COP), José Manuel Constantino, “os resultados alcançados ficaram aquém das nossas expetativas”. À frente do COP desde março de 2013, José Manuel Constantino revela os objetivos traçados à partida para a jornada olímpica: “tínhamos definido duas posições correspondentes aos três primeiros lugares [medalhas], conseguimos uma. Tínhamos definido 12 posições correspondentes aos lugares compreendidos entre o quarto e o oitavo, conseguimos 10. E tínhamos previsto entre o nono e o 12º cerca de 12 posições e conseguimos 15. Portanto, dos três objetivos, apenas um foi cumprido". No entanto, o COP reconhece o trabalho, esforço e dedicação de todos os atletas lusos nesta missão olímpica Rio 2016, fazendo um mea culpa. “Não há outro responsável. O primeiro responsável pelo facto de os objectivos não terem sido atingidos sou eu. (...) Não tenho de me queixar do Governo, nem deste nem do anterior (...) Se tenho de me queixar, é de não ter sido suficientemente capaz de mobilizar todos aqueles que envolvem a participação numa missão olímpica, para que os resultados pudessem corresponder áquilo que tínhamos estimado".
Com as expetativas elevadas, foram várias as prestações que desapontaram em terras cariocas. Mas será justo “cobrar” resultados aos atletas portugueses que se batem, de igual para igual, com os melhores do Mundo quando as condições de treino e os apoios que (não) lhes são dados são incomparáveis?
Portugal continua com a média de uma medalha por olimpíada: 24. Até ao momento, contamos com quatro medalhas de ouro, oito de prata e doze de bronze, onde se inclui já a de Telma Monteiro. Para além desse lugar no pódio, Portugal recebeu 19 diplomas olímpicos, ou seja, teve 19 atletas no Top 10, sendo que 10 deles ficaram entre os seis primeiros. As melhores prestações foram, assim, nas modalidades de judo, canoagem, seguindo-se o atletismo. Além da medalha de Telma Monteiro, a canoagem conseguiu um quarto lugar (K2 1.000), um quinto (K1 1.000) e um sexto (K4 1.000), no atletismo registaram-se dois sextos no triplo salto (Nelson Évora e Patrícia Mamona) e um nos 20 km marcha (Ana Cabecinha), enquanto Marcos Freitas, no ténis de mesa, João Pereira, no triatlo, e a seleção de futebol ficaram em quinto, o ciclista Nelson Oliveira foi sétimo no contrarrelógio e Rui Bragança nono no taekwondo, entre outros resultados.
Quando observamos a atribuição de medalhas a uma escala global, a realidade é bem diferente. Nas 2 102 medalhas atribuídas, 121 foram para atletas americanos que lideram também o pódio individual dos atletas mais medalhados com os nadadores Michael Phelps (6 medalhas) e Katie Ledeaky (5) e a ginasta revelação Simone Biles (5). No segundo lugar do medalheiro internacional ficou a China com 70 medalhas, seguida da Grã-Bretanha com 67. Rússia, Alemanha, França, Japão, Austrália, Itália e Canadá, por esta ordem, completam a lista das dez melhores nações a competir no Rio de Janeiro, estando Portugal em 78º neste ranking.
Por modalidade, neste caso as de combate, contacto e/ou artes marciais (que a Kombat Press acompanha com mais detalhe), é a luta olímpica que mais medalhados gerou – 72 – seguindo-se o judo com 56, o boxe com 52 e o taekwondo com 32. Estes números dizem respeito não só à quantidade de atletas olímpicos que praticam estas modalidades, mas sobretudo à divisão que é feita em cada modalidade, consoante o peso e género dos atletas, como poderemos testemunhar amanhã quando abordarmos o boxe e a luta olímpica, modalidades nos jogos modernos desde 1904 e 1896, respetivamente.
Texto: Joana França/Kombat Press
Foto: DR
Terminou hoje à tarde a prestação dos judocas portugueses nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, com Jorge Fonseca (-100 kg), o último de seis judocas portugueses a pisar os tapetes da Arena Carioca 2.
O atleta do Sporting Clube de Portugal (quarto na imagem) conseguiu uma vitória supersónica sobre o afegão Mohammad Bakshi, por ippon, com apenas nove segundos de combate decorridos. No entanto, Fonseca foi afastado das olimpíadas no duelo seguinte pelo ex campeão do Mundo Lukas Prkalek. O atleta checo venceu o português no fim do combate por wazari.
Vendo em retrospetiva o percurso dos judocas portugueses nesta edição dos jogos, o grande destaque vai para Telma Monteiro (quinta na imagem) que obteve a medalha de bronze na categoria de -57 kg. A judoca do Sport Lisboa e Benfica conseguiu a tão desejada, e merecida, conquista ao bater a romena Corina Caprioriu por yuko. Telma entrou na competição a vencer a neozelandesa Darcina Manuel com dois yukos. Depois de perder com a mongol Sumiya Dorjsuren por penalização já no ponto de ouro, a judoca portuguesa foi repescada e venceu a francesa Automne Pavia garantindo assim a luta pelo bronze. A medalha de Telma foi a segunda do judo em competições olímpicas, a primeira (e única até à data) de Portugal no Rio 2016 e a 24ª na história olímpica portuguesa.
No mesmo dia, 8 de agosto que ficará para a história do judo nacional, também Nuno Saraiva (-73 kg) se estreou na competição olímpica. O atleta de 22 anos (primeiro na imagem) foi derrotado na primeira ronda pelo húngaro Miklos Ungvari com um wazari.
No dia de ontem, Célio Dias (segundo na imagem) foi surpreendido por Celtus Dossou Yovo na categoria -90 kg: 220º no ranking mundial, o atleta do Benim venceu o português, que ocupa o 21º lugar a nível mundial, também por wazari.
Mas a participação portuguesa começou logo a 7 de agosto com Joana Ramos (-52 kg) e Sergiu Oleinic (-66 kg) que, apesar de falharem o apuramento para os quartos de final, deixaram a competição com a ideia de “dever cumprido”. Os atletas do Sporting Clube de Portugal alcançaram ambos o 9º lugar na prova olímpica: Joana Ramos (terceira na imagem) venceu a burundi Antoinette Gasongo por ippon, perdendo depois, também por ippon, com a campeã asiática Yingnan Ma; Sergiu Oleinic (sexto na imagem) surpreendeu ao afastar dos jogos o ucraniano Georgii Zantaraia por yuko, caindo depois frente a Wander Mateo da República Dominicana.
Ao longo de sete dias de competição de judo (que começou sábado e termina amanhã) são 392 os judocas de 137 países que lutam por um lugar no pódio olímpico, estando em jogo 14 medalhas de ouro.
O judo lusitano volta à competição internacional com Miguel Vieira: o atleta com baixa visão irá marcar presença nos Jogos Paralímpicos que decorrem entre os dias 7 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro.
Texto: Joana França/Kombat Press
Imagem: DR
Sabia que os treinadores da “Team USA” têm ascendência portuguesa?
James Pedro Sr. e Jimmy Pedro são os responsáveis pela equipa de judo dos Estados Unidos da América em competição no Jogos Olímpicos do Rio. James Pedro Sr. é considerado o pai do judo norte americano, enquanto o seu filho é antigo Campeão do Mundo de judo e duas vezes medalha de bronze.
A dupla de treinadores, que trabalha no seu dojo em Wakefield (Massachusets), tem raízes na ilha de São Miguel, nos Açores, de onde era natural o pai de Pedro Sr. Apesar de Jimmy já ter estado no arquipélago a convite de Nuno Delgado, as ligações com Portugal são quase inexistentes. Mas o judo já foi motivo de vários encontros entre a família Pedro e atletas portugueses: Jimmy defrontou Michel Almeida em 2000 e João Neto em 2004. Mais recentemente, e já como treinador, o duelo foi entre Marti Molly e Telma Monteiro nas últimas olimpíadas em Londres, onde Molly acabou por se sagrar campeã olímpica.
O grande feito do judo norte americano, modalidade um pouco na sombra quando comparada com outras no país, foi o ouro de Kayla Harrison (na foto com Jimmy Pedro) em Londres 2012, à qual se somam mais 11 medalhas em olimpíadas. É precisamente a medalha de ouro olímpica que Kayla Harrison, na categoria até 78 kg, defende hoje nos tapetes da Arena Carioca 2.
Esta quinta-feira, dia de competição para as judocas até 78 kg e os judocas até 100 kg, Portugal apresenta o seu último atleta em prova: Jorge Fonseca que acabou de ceder frente a Lukas Krpalek da República Checa, por wazari, após ter estado a ganhar grande parte do combate por yuko.
A competição de judo termina amanhã com as prestações das duas categorias mais pesadas: acima de 78 kg feminino e acima de 100 kg masculino. A partir de 14 de agosto, a Arena Carioca 2 será palco de outra modalidade: a luta olímpica.
Texto: Joana França/ Kombat Press
Foto: DR